quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Da Incultura do Sistema Educacional Infantil

Eis que de repente, por acaso você entra no orkut; e por acaso vê a atualização do perfil da escolinha onde sua filha passa uma parte considerável do dia - por motivos de força maior, já que trabalhar é preciso etc&on -, e daí você descobre... que teve visita do Ronald McDonald, fazendo apresentação para as crianças. E aí você pensa: what a hell?!?!

É por essas e outras que outras que acaba me saltando um discurso totalitátio: ditadura cultural, já!

E sabe o que é pior? Não adianta nem problematizar a questão, nem cogitar discutir o absurdo da coisa. O absurdo do símbolo mor de uma empresa exploradora de mão de obra, formadora de padrões culturais descartáveis e consumistas e difusora de uma alimentação porca estar fazendo uma apresentação para crianças entre 2-6 anos que estão em pleno processo de desenvolvimento cognitivo, motor e de formação da subjetividade. A empresa que é o maior símbolo do sistema capitalista. Porque não vão entender mesmo - afinal o Ronald é tão legal e simpático, e o passeio de domingo de todas as boas famílias, onde todas as boas mães levam seus filhos para curtir um lazer despretensioso e saudável é: no "Mac", dentro de um shopping center qualquer, of course.

Eu fico deveras frustada e deprimida por saber que minha filha hoje foi submetida a esse showzinho babaca de manipulação ideológica e difusão de cultura de massa. E não foi em qualquer lugar: foi dentro de uma escola de educação infantil - onde se cultivam também outros hábitos estranhos, como rezar antes das refeições (porque educação laica no Brasil, já viu né. Rá! Não viu não, colega. Porque não existe)

Quem ainda acredita na educação nesse país, aliás?

Acontece que como já disse a tia Rita, "tudo vira bosta", nada mais é sério - deve ser aquele vazio engolidor do mundo que nasceu com a tal da pós-modernidade, hipermodernidade, ou whatever. Se preocupar com esse tipo de acontecimento em geral é visto como uma histeria sem sentido. Antigamente era coisa de comunista. Tudo que era meio estranho aos padrões do status quo, ou que levantasse meio dedo de questionamento era "coisa de comunista" - mas pelo menos era levado a sério. Depois tem gente que faz questão de não entender o que houve em Londres. E o que tem acontecido em outros pagos desse mundinho ocidental de merda a fora.

TEM MAIS É QUE QUEBRAR ESSA PORRA TODA!

A real é quê. O mundo acabou. Já era. C'est fini.

Yo y Valentina vamos embora daqui, morar with the spiders from Mars.

Pra finalizar. Cada vez mais eu me preocupo com a minha responsabilidade de mãe como educadora de uma indivíduo, cidadã, livre pensadora e consciente. "Consciente" - abrangente assim mesmo. Das dores, amores e ódios do mundo, da vida. É uma baita responsabilidade, e eu espero conseguir fazer a minha parte da melhor maneira possível. E eu espero, do fundo do meu coração, que esse mundo mesquinho, ignorante e alienado não seja mais forte do que eu.



Um comentário:

Alan disse...

infelizmente eh mais forte, bem mais forte

"o sistema eh foda, parceiro" by capitao nascimento :P