terça-feira, 7 de dezembro de 2010

18 Months

Sábado a Valentina completou um ano e meio. Até parece mentira que já passou tanto tempo desde que essa mocinha chegou por essas bandas - e mudou a minha vida completamente e para sempre. Olho para ela e fico impressionada ao perceber que a 'pequena' já não está tão pequena assim - deixou de ser um bebêzinho. Está carinhosa, mimosa, sem-vergonha. Observo perplexa as tênues mudanças - que de repente se tornam mudanças contundentes. Apaixonada pelos seus dvd's, empolgada correndo atrás da bola e gritando 'boooo'. Fugindo pelo ap quando vê que pego os apetrechos para trocá-la, gargalhando, ensandecida. Discursa sozinha pelos cantos, uma língua inteligível. Passa minutos a fio sentada com seus livros, compenetrada como se de fato estive lendo página por página do que está escrito. Tira todos os pacotes e embalagens de comida de dentro do armário, examinando tudo muito atenta. Quando menos espero, aparece com suas bolachas Passatempo, choramingando porque não consegue tira-las do pacote. Esfomeaaaada. In love com o Danoninho. Nana as bonequinhas, dando mamadeira. Faz folia com a água da mamadeira, se molhando inteira e me enloquecendo. Quando é xingada, me olha séria e então manda beijos, e em seguida vem se chegando fazendo carinhos. Já faz algumas poses pra máquina fotográfica. Não desgruda de uma tartaruga-luminária que projeta estrelas coloridas e a lua nas paredes brancas do quarto. Acorda cedo, e com a corda toda. Dorme bem a noite. Vem chegando o verão, e ela sua muito, demais. Cabelos e mais cabelos, compridos, ondulados, sedosos, e cheios de tic-tacs coloridos. Adora também usar chapéu. Adora ser elogiada. Não chora mais para ficar na Escola. Corre pelo pátio do condomínio, tem um fascínio por um tronco cortado que fica bem rente ao chão e tem uma fendinha - por onde acho que ela ainda vai seguir um coelho branco! - Parece a própria Alice, explorando tudo. Carinho nas flores, mãos na terra. A Vale está crescendo, mas continua com uma cara de bonequinha. Uma bonequinha com personalidade forte, meio anti-social, muito esperta, muita sensível, muito pensativa. Cada vez mais se fortalece como individuo - é impressionante como desde sempre foi perceptível que a Valentina "É". And I lover her more and more. Meu amor por ela não tem tradução. É infinito e perpétuo. Como os ventos da ciclicidade que nos rege.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Newborn Awakening

HOMENAGEM A ANNA BLUME

NEWBORN AWAKENING

DESPERTA-TE ANNA BLUME

BALANCE OS CABELOS

AOS VENTOS

DESSE SONO SEM FIM

DESPERTA-TE ANNA BLUME

PARA O SANGUE QUE TE CORRE

PARA A SEIVA QUE TE COBRE

A BEIRA DESSE LEITO DE RIO

DESPERTA-TE ANNA BLUME

DESSES SONHOS DE CAMPOS DE FLORES

CÉUS AZUIS, CARDIAIS

DESFAÇA ESSE SORRISO SERENO

RELUZENTE NESSE ROSTO DE MARFIM

MINHA QUERIDA ANNA BLUME

DESPERTA-TE ANNA BLUME

PELE DE COBRA

OLHOS DE COBRE

PUPÍLAS DE SAFIRAS BRILHANTES

DESPERTA-TE ANNA BLUME

DA TERRA DOS ESPELHOS

DAS DANÇAS DE PRIMAVERA

DOS BRAÇOS DE MORPHEU

DESPERTA-TE ANNA BLUME

PÁRIA DA LOUCURA SÓBRIA

DOS DIAS OUTONAIS

DOS LUGARES EM QUE O SOL NUNCA TOCA

DESPERTA-TE ANNA BLUME

TOMA NAS MÃOS

O RELÓGIO DOS PONTEIROS CONTRÁRIOS

E DESLIZA SUAVE PELO ABISMO

DA ESTRANHA LUCIDEZ

DESPERTA-TE E VEM

MINHA QUERIDA ANNA BLUME

ANNA BLUME, DESPERTA, COLOCA AS MÃOS NA TERRA E ERGUE OS PÉS PARA O AR. VINTE E SETE MAÇAS CAEM DO AR.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ganas de Primavera - Ah, Montevideo





Assim que começou outubro, aliás, dia 03, subimos alto no céu e em alguns minutos estávamos em Montevideo. A Valentina foi conhecer a outra pátria-metade - já que a pequena é medio-uruguaya também - quem sabe, no fundo seja totalmente, vamos ver o que dirão os traços, que se constroem aos poucos, da sua forte personalidade. Passamos uma semana, caminhando por las calles desta hermosa ciudad. A Valentina nunca tinha passado tanto tempo na rua, curtindo o dia todo, entre praças, cafés, zoológico, as memórias do papai, lojas e ruas cheias de plátanos e prédios antigos. Brincou, cansou, dormiu no carrinho, tentou roubar as migalhas de bolachas das pombas na Plaza Independencia, tirou fotos, subiu as escaleras do Teatro Solís. Ainda quero quero quero quero ir morar em Montevideo, onde, tenho certeza, a Vale vai crescer num ambiente mais saudável, menos poluído, mais mágico, terá uma melhor educação, melhor substância para a formação do imaginário. Foi cheio de uma emoção tocante e delicada, ver a Vale nesse lugar tão lindo, tão diferente, onde me sinto como se estivesse em casa. Home feelings. Poesia no ar. Ganas de Primavera.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Write About Love




http://www.belleandsebastian.com/

Watch this.

http://www.flickr.com/groups/writeaboutlove

And then, this.

Judy wrote the saddest song
She showed it to a boy in school today
Judy, where did you go wrong?
You used to make me smile when I was down
Judy was a teenage rebel
She did it with a boy when she was young
She gave herself to books and learning
She gave herself to being number one
Judy, I don't know you if you're gonna show me everything
Judy, I don't know you if you're gonna show me everything


(Judy and the Dream of Horses)

BELLE AND SEBASTIAN, ROCKS.

Forever and on, in my world of small pleasures.

Primavera nos Dentes

"Aprendi com a primavera a me deixar cortar. E a voltar sempre inteira."

Cecília Meireles









Lá vem, lá vem, lá vem de novo. Outra estação. As sensações - boas sensações - da Primavera. O vento. As cores. O azul&amarelo. As folhas abundantes&verdes&frecas. As flores que falam. Coloridas. Exultantes. O cheiro de Jasmim que escapa dos portões de jardins alheios. Blue sky. 'Smells like teen spirit' - if you know what I mean. Eu amo na primavera. Os dias, as palavras, os sustos, sussuros, risadas. Parece que tem um mistério rondando no ar. Aquela história, das fadas dançarinas ao luar, duendes brincalhões pelos gramados and so on. É quê. Se alguém ainda lembra - Anna Blume is The Vegetable Girl. Eu me sinto viva na Primavera. Viva - num sentido amplo - de dor, agonia, amor, felicidade, melancolia e esses sentimentos sagrados todos. As voltas do meu coração - O Eterno Retorno -A CICLICIDADE me rege e ordena pelas horas vãs. Amém.

Nesse tempo pré-primaveril, a Valentina teve um feriadão - pois que se alguém ainda lembra o que aconteceu nas margens do rio Ipiranga em idos de 1822, foi num 7 de setembro - agradabilíssimo. Passeou pelos recantos de Porto Alegre - Redenção, República, Iguatemi, Centro de POA, Cidade Baixa, Barra Shooping (enlouquecida na parte infantil da FNAC)... Comeu algodão-doce, viu as pombas da frente da Prefeitura, ganhou All Star de botinha vermelho, andou num cavalinho de fichinha e abriu o berreiro, gargalhou pelas ruas próximas ao brique. Sim, gargalhou - as fotos comprovam. Acho que a Valentina também sente esse frescor na pele-bebê. Ela gosta de sentir o vento no rosto. Ela degusta sensações. Ela entrou em transe com um doce da padaria Barcelona. Ela é mesmo, filha de Anna Blume ;)É o meu docinho, e é Naranjo en Flor. And now is All about her.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Negrinho!


Ontem a Valentina pediu algo, pela primeira vez na vida! "Pediu" - porque a fala continua ainda naquelas duas categorias englobadoras do mundo: "papá" & 'nené". Estavamos em uma lancheria, fui pagar meu xis-salada, com a Pequena no colo. De repente os olhinhos se depararam com uma caixinha de docinhos. O dedinho indicador levantou, apontando o objeto de desejo. Papá. Papá. Os olhos dos docinhos para mim, de mim para os docinhos, o dedo sempre em riste. A caixa pergunta: "-Desconto um doce também?". Mas claro, como não. Pensei em pegar um branquinho, algo menos 'achocolatado'. A moça então estendeu a caixinha em direção a mão da Valentina, e ela num arrombo de vontade satisfeita, passou a mão no maior negrinho, direto na boca, com papelote verde e tudo. Definitivamente, eu não sou mais mãe de uma bebezinha. A Valentina já é uma guriazinha. Bem esperta, carinhosa, sem vergonha e gulosa! O resultado final foi uma carinha marrom de chocs, uma representação de 'mão marrom' na minha geladeira branca, e restos de chocolate granulado no meu casaco. E uma Valentina exultante. Crescendo & crescendo my little one.

Esses dias, esqueci - oh, mas como? - de escrever sobre a expressão artística começando a fluir pelas veias da Pequena: rabiscos kandinskyanos de caneta azul nos acentos das minhas cadeiras brancas.

E ainda sobre os docinhos. Domingo passado foi aniversário de 1 aninho da Ana Carolina, prima em segundo grau da Valentina.Estava enlouquecida, aproveitou muito a festa. Deve ter vindo desse dia a descoberta-paixão pelo negrinho. Nesse post, a foto é das duas no aniversário. Até beijo na prima a Valentina deu - quase derrubando a Ana, a minha Ogrinhaaaa ;) Aliás esse dia - 29/08 - tem que ser anotado na agenda: primeira vez que eu-me-myself fiz trancinhas na cabelama rebelde! Ficou um arraso!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Love Love Love




Lobão Elétrico




Show do Lobão Elétrico, no Opinião - ontem foi dia fora do exílio, ontem foi dia de rock. A maternidade ficou sob responsabilidade do papai - que a cumpriu com excelência.

Pelas ruas molhadas, all star nas poças de água, guarda-chuva sob a cabeça, maquiagem-meio-borrada, cabelos cuidadosamente desalinhados - ontem os meus cabelos me amaram!-, rumo a Estação Canoas - atravessando o silencioso, noturno e vazio centro de Canoas city. Muitos minutos formados por 12 vezes 5 segundos esperando pela srta. J. - e depois me falam em questionar os esteriótipos -, enquanto na outra cidade, Porto Alegre, G. também aguardava rabiscando nos meses vagos da agenda. Chuva c-o-n-t-i-n-u-a-m-e-n-t-e c-a-i-n-d-o. Depois, veio o trem, oferta de chocolate, e conversas. Quase 22hs: Centro de POA - outro centro silencioso, noturno e vazio. Av. Borges de Medeiros lomba a baixo - J. tem trejeitos femininos afetados vezqueoutra. Zaffari, terminal do Banrisul, Skol 500ml - quente. G. já indignada ("Meu ethos alemão agradece os cabelos brancos."). Por-fim-finalmente, a caminho do Opinião, duas cabeças sob o mesmo guarda-chuva (aliás, pertencente a K.). G. já indiganada II - porém bonita como sempre, nos passou os ingressos. Lá por dentro, encontramos F.e G. Um curto espaço de tempo e o show começou. Lobão Elétrico - lá pelas tantas eu me lembrei das quase-noites que passava ouvindo o álbum "A Vida é Doce" gritando&cantando na frente do espelho. E eu SENTIA muito profundamente todas aquelas agonias&palavras.uivadas. Lobão Elétrico - outra vez, porém agora de cara e com alguns fios de barba branca. "Boa noite rapaziada!". Yeah! Yeah! Cabelos esvoaçando, garganta roucarranhada, copo de cerveja no chão - of course -, fotinhos, guitarras, Vida Bandidaaa, um Beatles - para F., etecétara&tal. Fodástico. Só ficou faltando "Universo Paralelo", "Você e a Noite Escura", e algumas doses de whiskey. Sortes da Vida I: uma noite fora do Exílio. Sortes da Vida II: voltar e ser acordada pelos beijos&abraços&carinhos da minha Bela Valentina.

Quantos sonhos em sonhos acordo aterrado
A terrores noturnos minha alma se leva
É um insight soturno é o futuro passando

Na velocidade terrível da queda
Na velocidade terrível da queda


-A Queda-

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Uma flor nasceu na rua!

Das coisas que eu tenho pra dizer e não digo, tantas já ficaram para trás - presas no calabouço escuro do esquecimento. Das coisas que eu imagino, tantas não lembro mais, ou nem fazem mais sentido. Mas imaginar é um exercício de vitalidade de sensações. Andando com as solas pouco espessas dos porém muito estilosos All Stares da vida pela calçada dura&crua, o mundo ao redor des-existe. A realidade se passa no plano etéreo e flácido do pensamento. Quase piso no rabo de um cachorro vira-lata. Quase tropeço em transeuntes apressados. Quase não vejo os carros velozes&impiedosos que não respeitam nossas humanas estruturas pernas-pés. Um meio de locomoção orgânico, ecologicamente correto e que está sempre a disposição do uso fácil. Divagações Plenas, Risos Fáceis, I have the World. O pensamento é a prova de assaltos inesperados e intervenções de terceiros. É a prova de bala, de tapa, de visualizações não-autorizadas-pelo-autor. Refúgio último do Ser, recurso de transbordamento da alma. É preciso aprender a ser mais para dentro - é preciso aprender a solidão, a placidez, a paciência. É preciso acalentar o piscianismo da lua&ascedente. Mas nunca! jamais! deixo para lá meu caos-de-21s-de-março-ariana.oh.yeah. Because violence is another kind of expression. So. Imaginar é direito inalienável do Ser. Expressar é direito e dever inalienável do Ser. Gritar & Gritar. Mesmo que sejam apenas gritos surdos no espaço. Surtos. E seguir rente a sarjenta, sobre o fio da navalha, com as guitarras estridentes a cuspirem sons&tons pelos fones de ouvido - e então, nada mais importa. At all.

Jorge Luis Borges, falando sobre a Imortalidade. Um desprendimento surpreendente e louvável - negação de qualquer resquício de egocentrismo. Embora... eu não quero perder a minha consciência de Amanda B., seja lá quantas vezes tenha que morrer. Anyway, anyhow. ótimas reflexões, impressionantes insights.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Flickr

Coisas minhas

Coisas da Valentina

Coisas da Vida


;)

http://www.flickr.com/photos/anna-blume

When I was a child I had a fever

Uma semana de dois dias da Pequena Naranjita en Flor Valentina dodói. Tudo começou com a atrasada vacina Tríplice do sábado de vacinação nacional, dia 14/08. Vacinas, vacinas. Fazer ou não fazer, eis a questão? Fazer, lógico. Que mãe vai assumir o risco? Mas será a melhor maneira de proteger os nossos filhotes? 3 vírus de uma só vez em uma criança de 1 ano e 2 meses? É o melhor procedimento? Uma alternativa - não sei. Sei que quase todas as vacinas que a Valentina tomou deram algum tipo de reação infeliz e desnecessária. Pior ainda quando se trata dessas vacinas criadas, divulgadas e realizadas com base no terror social da mídia e do medo da pandemia - como a H1N1. E se foi apenas um golpe da indústria farmacêutica? E se, não? O temível lado da maternidade: a falta de respostas Certas. Nem tudo na vida, aliás, poucas coisas, se resumem a simplicidade do "certo" ou "errado". Só que no Químico&Orgânico, os parâmetros são mais firmes e bem fundamentados. Infelizmente, somos condenados, por 'n' motivos, ao desconhecimento - nos resta a desconfiança. Fato é que a Valen teve febre de domingo a noite a quarta-feira. Teve até uma talvez-quem-sabe (porque os médicos não tem lá muita certeza de nada também), ameaça de convulsão. Correria para hospital a noite, carona de vizinho, ela a tremer e eu quase a infartar, e na emergência não falta a burocracia: "tem que fazer um boletim na recepção antes do atendimento." What a fuck. Uma falta de 'poder', no sentido profundo de compreensão dos processos e procedimentos que, quando se trata de alguém indefeso a depender totalmente da gente, aberta o coração e deixa ele bem pequenininho. Anyway, anyhow. Passada a novela vacina, começou o nariz entupido, a tosse noturna, o não-dormir, o enjoô-manha, inapetente, etc&tal. O que será, que será. Chiado no pulmão, outra vez. Otite médio-aguda, outra vez. Lá vem a porcaria da bombinha cheia de corticóides. O antibiótico vai ver se espera até sexta. Acho que o que estamos precisando é de um homeopata. E, quiça, uma benzedeira.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Blowing in the wind

Vento

Vento

Vento

Alive

Alive

Alive - She cried.


Não tem preço: ontem a Valentina me encheu de beijos!

E ainda: Valentina das tranças de mel. Cada dia um modelito diferente. Méritos para prof. Angélica ;) A mamãe aqui precisa de um cursinho de penteados infantis - pra dar conta daquela cabeleira crespa lindona!
Lá se foi de retro outra otite! Os ouvidinhos da pequena pedem sossego!
E os Backyardigans agora são intercalados com o Pocoyo. Alívio! E é tão bonitinho. Tem até uma elefante cor-de-rosa.
Nos tempos do rock'n'roll, elefantes cor-de-rosa traziam garrafas de vinho barato. haha.. Yeah, yeah. Hoje os vinhos são outros. E as garrafas mais bonitas.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Valentina Esquimó.

Ou: fofolete ;)


Congelando até a Alma...

...nesses dias invernais, nos quais o sangue nem parece mais correr nas veias. Cansada dessa dormência pálida nas pontas do dedos. Onde está, onde está a primavera doce & colorida? O frio é lindo, mas dói nos ossos e resseca a pele. E deixa geladinhos os dedinhos da Vale, e vermelha a ponta do nariz - além de tornar o banho tarefa quase impossível. A Valentina até se assusta quando tira a calça ou a meia, e encontra a própria pele. Olha desconfiada, se aperta, cutuca. Parece que nem reconhece a si mesma, embaixo de tantas camadas de tecido. Só o que salva são as meias nos pés, hot choc, renew e cobertor.

Hoje a Valentina completa 1 ano e 2 meses. Entre otites, bronquites, tosses noturnas e faltas de ar, vamos encarando o inverno do sul. Remédios e mais remédios, de tantas em tantas horas. Quase me perco entre as doses e os horários. Tirando esses percalços, a mocinha segue lépida e faceira, cada dia mais esperta, geniosa e arteira. "Arteira" - que faz Artes ;-) Não pára um segundo. Aliás. Pára hipnotizada pelos Backyardigans. Para denominar o mundo em expansão ao seu redor, apenas duas palavras :"papá" e "neném". Todas as coisas se encaixam em uma dessas duas categorias. Não adianta nem tentar insistir: a teimosia impera nessa Serzinha que, como disse anteriormente, já "É". Segundo o papai, ela age como "descendente de Maria Antonieta". E eu lembro que quando criança minha mãe me perguntava: "tá pensando que é uma princesinha de Sabá? As frutas não caem longe do pé, será? Melhor de tudo são os carinhos, os apertos de nariz, os dedos dentro da boca, o explorar da face alheia, quando deitamos juntas na cama pra dormir ou descançar. O calor da mãozinha da Valentina afasta qualquer agudo frio de inverno - do corpo e da alma. No mais, agora a pequena escova os dentes todos os dias, adora. E ontem voltou da creche com um trança nos cabelos! Minha bebê já quase não é bebê, anymore!

Quanto a mãe Amanda B. , se preparando e iniciando os estudos para o concurso de Oficial Escrevente -se não for dessa vez, a coisa vai ficar sééééria. Tentando refrear delírios consumistas. Completando hoje 2 anos de trabalho na Prefeitura de Canoas. Me divertindo quando possível com fotinhos da Nikon - que agora tem cores mais bonitas, com auxílio do meu querido amigo Alan! Re-lendo "Olhai os lírios do campo", depois da re-leitura de "A insustentável leveza do ser". Cabelos novos, desde ontem. Só a srta. Luci salva. Menos volume, menos volume, oh yeah! Cabelos pintados cor-de-vinho, desde domingo. Recomendando aqui o excelente documentário de 2008 "It might get loud" (Jimmy Page + Jack White + The Edge) - O sr. Jack White é de fato excepcionalmente criativo, estético, divertido. No más. No más. Hot Choc to cold cold nights.


"People do you wrong or do you right, some pass you by
Pain and pleasure mixed together proves that we're alive
For the presence of the caterpillar brings the butterfly"

The Gentle Waves

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Wild Child




A Valentina está passando pela experiência do frio. Quando sai para a rua, e sente o ar gelado no rosto, me olha com cara de quem não entende bem, a respiração fica mais concentrada, o narizinho vermelho, as orelhas tapadas pela toca amarela, e os dedinhos dormentes. Blusas sobre blusas, casacos sobre casacos, calças sobre calças, meias sobre meias. O resultado final é uma bonequinha gorducha que mal consegue se movimentar. É uma bolinha de roupas caminhando pela casa. As I sayd before. Minha paixão pelo inverno diminuiu um certo tanto depois que chegou a Valentina. E a hora do banho? Ui, ui, ui. Se eu mal tenho coragem de entrar embaixo do chuveiro, que dirá colocá-la na banheira. Estufa, ya, ya. Anyway, as estações do ano, as estações da vida. Estão todas aí - desde sempre - é preciso aprender a ser&estar em todas elas. E: enjoy it. Por exemplo: deitar a Valen na cama comigo e dormir bem coladinha embaixo das cobertas. Às vezes eu não resisto a rouba-la do berço - tão frio. "Malcriações do Amor de Mais". Nada. Só uma mimadinha eventual ;)


Tem que comprar um poncho para a Uruguayaaaa!!!! (esquentar as mãozinhas)

terça-feira, 13 de julho de 2010

E hoje é...

... DIA DO ROCK!

I KNOW, IT'S ONLY ROCK'N'ROLL BUT I LIKE IT

Ouié.

It's July and it's wintertime




E vem esse clima invernal, as mãos geladas, casacos malditos sem bolso, um sol desmaiado que não aquece. Os pensamentos ultrapassam a barreira do éter, e se dispersam vagos pelo asfalto das ruas calmas, misturados a fumaça do cigarro e o vapor gelado da respiração entrecortada. Súplica: um café quente. Uma música que seja silenciosa. Um rock que seja salvação. Um olhar que seja desprovido de sentido. Qualquer coisa que seja assim meio sagrada, místico-religiosa, as preces dos ventos cardiais. Celebrar a liberdade do despertencimento. O fim do Ser Humano é a Solidão. É preciso aprender a ficar só, é preciso saber andar na chuva, é preciso saber controlar as doses destiladas e a poesia no fim da noite. Tudo que é Vivo & Forte e cobre a terra e brota gritante nas pupilas escancaradas - a loucura sóbria, os dias amarelos, blue sky. A pele se arrepia ao contato sem sentimento do ar gelado. Dormência, letargia, lábios roxos. Uma beleza secular. Um avesso de sensações que é um sentir extremo e delicado. Um choque abrupto que ressalta a realidade da Existência Orgânica, dos Prazeres Estéticos, dos Sonos & Sonhos. A vida é o sonho. O sonho é a vida. O sono da existência preenche todos os espaços. Fricciono vigorosamente as mãos na tentativa de produzir calor - como faziam Homo-alguma-coisa - outra espécie - ainda humana? - a miles de milênios atrás. Esquecer? Fechar as janelas & as portas. Recolher-se numa concha de retalhos - como aquela de Botticelli, talvez. Uma Verdade Ocidental. Um herança acidental. Enough. Daqui a pouco o dia vira noite, e eu desperto da lucidez do mundo.



E quanto a Srta. Valentina. Pela rua a las 11, conhecendo as sensações. O frio gelado gelado no rosto. O ar frio nos pulmões. E nariz vermelho. Nos olhos, a des-compreensão.


E a copa do mundo acabou, e España foi a campeã. Que 2014 seja de Uruguay o Argentina! Vamos vamos!



ROMANCE SONÁMBULO



Verde que te quiero verde.

Verde viento. Verdes ramas.

El barco sobre la mar

y el caballo en la montaña.

Con la sombra en la cintura

ella sueña en su baranda,

verde carne, pelo verde,

con ojos de fría plata.

Verde que te quiero verde.

Bajo la luna gitana,

las cosas le están mirando

y ella no puede mirarlas.


Federico García Lorca


Mas a felicidade fica por conta da bola de ouro para: DIEGO FORLÁN.
A Copa do Mundo não foi em vão, afinal, desta vez.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Hoje a tristeza não é passageira

Parece que o mundo conseguiu perder o sentido - completamente dessa vez - e mergulhou no mar vazio da inexpressividade e falta de perspectivas. Parece que os flashes tragicômicos, a cenas almodovarianas, o nonsense, conseguiram enfim tornar tudo inintelígivel. Eu nem sei que língua eu falo mais. Eu não quem eu sou, de onde venho. Eu sei que eu não sou daqui - eu sempre soube. "Go ask Alice". Vontade de colocar a Valentina nas costas e ir pra milhas e milhas de distância. Far far away. Tired, at all. Uma música, pra explicar tudo, e pra que eu não tenha que escrever mais nada.


A Via Láctea

Legião Urbana

Composição: Dado Villa-Lobos/ Renato Russo/ Marcelo Bonfá


Quando tudo está perdido

Sempre existe um caminho

Quando tudo está perdido

Sempre existe uma luz...


Mas não me diga isso...


Hoje a tristeza

Não é passageira

Hoje fiquei com febre

A tarde inteira

E quando chegar a noite

Cada estrela

Parecerá uma lágrima...


Queria ser como os outros

E rir das desgraças da vida

Ou fingir estar sempre bem

Ver a leveza

Das coisas com humor...


Mas não me diga isso...


É só hoje e isso passa

Só me deixe aqui quieto

Isso passa

Amanhã é um outro dia

Não é?...


Eu nem sei porque

Me sinto assim

Vem de repente um anjo

Triste perto de mim...


E essa febre que não passa

E meu sorriso sem graça

Não me dê atenção

Mas obrigado

Por pensar em mim...


Quando tudo está perdido

Sempre existe uma luz

Quando tudo está perdido

Sempre existe um caminho...


Quando tudo está perdido

Eu me sinto tão sozinho

Quando tudo está perdido

Não quero mais ser

Quem eu sou...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Domingo no Parque

Ontem foi um domingo lindão de sol. Daqueles diazões-amarelos&céu-azul nos quais a gente é feliz e diz 'sim' pra tudo&qualquercoisa. Calorzinho saudável também. Só depois que chega a noite a gente se deprime. Saímos com a Valentina pra passear no parque - Capão do Corvo. Teve o caminho no carrinho - vento no rosto e a pequena curtindo, brinquedinho das antigas, creps, grama, fotos - ai, que dificuldade minha Nikon D5000, balanço, mini-zoô. Tudo muito agradável e divertido. Ficou louca com os bichos: macacos, emas...Olhava tudo e dizia: "neném!". A Valen é uma guriazinha de apartamento, o que e uma coisa muito triste. Durante a semana não dá pra sair muito, acordamos, tomamos um café, e logo ela já vai pra creche. Nos finais de semana ou tem algo pra fazer, algum lugar pra ir, ou chove. Mas esse domingo foi de parque - e sacrifiquei - vejam só! - até o primeiro tempo de Argentina x México para tanto. É que é tão bom sair pra rua nesses dias 60's... Very pleasant.

E temos La Celeste y Argentina nas quartas-de-final! Maravilha, happiness!!!! Vamos vamos!!!!!!! Quero os dois na semi!!!!!

Well, well. What else should I say? Tanta coisa acontecendo pelos interiores labirínticos do sangue e da seiva. I just don't know - as always. Todos esses meus clichês. Life is so... what?

Por fim: http://www.youtube.com/watch?v=rjFaenf1T-Y

FANTÁSTICO! E assustador, ser atual.
Dessas coisas que a gente assiste e lembra de quem era e o que queria e como era boa e colorida a juventude nas entranhas e o sentir e acreditar e querer e. Tudo aquilo que o existencialismo levou. Blé. "Nada me da satisfacción" - Except for My Belle Valentina.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Egocentrismo

Padres y Hijos

Sun in Aries, Moon in Pisces

Sun in Aries, Moon in Pisces


You were born with the Sun in Aries and the Moon in Pisces. The Sun contributes to vitality, health, and longevity, lending strength of will and activity as well. But because of the position of the Moon, there may be some problems in realizing these internal influences. Your dilemma lies in your tendency to be receptive and passive, as opposed to your active aggressive inner voice. You will appear to be a quiet and easy-going person, somewhat restless and fond of change. Actually, the Moon in Pisces will put problems in your way, but being aware of the source of the trouble will clear away some stumbling blocks. Consider the obstacles you do meet as experience gained.

A romantic or emotional streak is another primary characteristic. You have some religious inclination, but it is probably more emotional than intellectual. If you can realize the internal power given by the Sun, you will acquire strength of will and a position of responsibility.

You see, internally you are an independent and capable individual, perfectly content to be alone. However, because of your circumstances, the moody, contemplative aspects of your personality have emerged as dominant. If you can somehow reconcile yourself to living within these influences, you will definitely achieve greater integration of yourself.



Ascendant in Pisces, Neptune in the Tenth House

At the time of your birth the zodiacal sign of Pisces was ascending in the horizon. Its ruler Neptune is located in the tenth house.

Usually, because of the dual nature of this sign, your experiences seem always to oscillate between two extremes. Emotionally, you may become confounded and perplexed when your soul is torn between opposite attractions. Your temperament is, nevertheless, kindly and able to appreciate the most subtle emotional experiences.

You are inclined to introverted living - reserved and retiring. You would do well to gear your life to occupations where your creativeness can be expressed freely.

Your life will be replete with flux and change, and yet this will not be a source of annoyance as you are most adaptable to situations.

Essentially, you are expansive, guided by intuition and emotion, and falling very easily into elated or depressive moods.

You have a natural ability to perceive from unknown sources where the mind does not intervene. Such an ability, unfortunately, is usually misunderstood or has little application in life. If you do become involved in art, however, there are very good prospects for success as a painter, musician, writer, or poet.

Your sexual life will be highly varied and intense. When you fall in love, you feel as if the limitations of your personality are dissolving and you are receptive to everything that exists.

You need a strong hand to protect you and lead you into the practical world. Generally, you have inclinations and tendencies for the following: professions dealing with occult matter or mediumships, religion, seafaring, acting, psychometry, clairvoyance, painting, poetry, mysticism, and espionage.

The ruler of your life events, Neptune, here, is an indication that you may find it hard to determine definite goals in your life. Most of your effort will be expanding climbing the social ladder by obscure and mystical methods, and it might be difficult to obtain material success.




Sun in the First House


The Sun is in the first house. You are by nature energetic, proud and self-assertive. You project yourself enthusiastically and energetically into all situations. Your naturally outgoing disposition and personable manner usually make a good impression on people.

Your heightened self-perception puts you in touch with a strong sense of will, and you can manipulate your will to suit your aims and desires in life. This position of the Sun gives the capacity for leadership, for you tend to attract people and to have a strong influence on them when they are with you.

You do not like to depend on others, but you hold on to your friends, for they are usually pleased to help you when you need it. You are willing to help close friends who are deserving, but only if you know that your efforts will be appreciated.

You often prefer to work alone. However, this is not your only choice, for you adapt well to working with people as long as you are free to express yourself. With a first-house Sun, there is a tendency to overestimate your own worth, but through repeated contacts with others you will inevitably come to a more realistic appraisal of your abilities and potential.



Moon in the First House


The Moon is in the first house. This position indicates that you are strongly influenced by your feelings and moods.

Your awareness of yourself is influenced by your momentary feelings, and this perception is subject to rapid changes of mood and emotion. In time, you will learn to understand why you react as you do to various situations, and then you can begin to change your response patterns and take more control of your life.

Others sense your lack of emotional self-sufficiency and tend to get involved in your personal affairs, even if you try to prevent it. You express your sensitivity through an emotional need to nurture and be nurtured by others. While you would like to have guidance and supervision concerning your goals and objectives, it would be better to achieve your aims independently so that you will not feel obligated to others.

The advantage of this position lies in your ability to sense other people's needs and desires.

In fact, you have a calming effect on people who are under stress, and this makes you ideally suited for working with the public.



Venus in the Second House


Venus is found in the second house at the time of your birth. Intrinsically, this is an ideal astrological position as it promises easy means of livelihood. Money will stream in regularly and readily without excessive effort or preoccupation.



Saturn in the Ninth House


Saturn was found in the ninth house at the time of birth. This indicates that your concern over the impermanence of all things will urge you to restrict your personality traits and assume a position of caution and planning before pursuing any important matter.

In a practical sense, your attitude to all higher intellectual functions is that of a studious, serious, and meditative person. You must, however, be attentive to the possible presence of several challenging elements in your intellectual make-up such as depression, fear, and severity.

Post de Rotina

Acordar cedo e sair de casa é uma violência. Amanda B. odeia, de fato. Minha vida mudou - para muito melhor - depois que comecei a trabalhar das 11:30hs as 17:30hs. Mesmo quando acordamos cedo, eu e a Valentina, podemos ficar de preguicinha na cama. Ou então vamos para sala, brincamos, tomamos café da manhã - o essencial é não tirar o pé pra fora antes das 8 e na corrida. Pior é sair de casa cedo E com chuva. Esperar ônibus na parada, molhar os pés. What a hell. Enfim, ainda bem que nowadays isso é exceção. Pela primeira vez na minha vida. Mudou todo meu fuso-horário pessoal. Até durmo lá pela 1 da manhã sem culpas e restrições. Não trabalhar pela manhã: rocks.



A Valentina depois que completou um ano entrou num processo de desenvolvimento acelerado inacreditável. Começou a caminhar - minha robozinha -, fala um montão - naquela língua que só ela entende-, usa os brinquedos de outras maneiras - a coordenação está bem melhor-, se expressa muito mais claramente, está mais carinhosa ainda. E come de montão, a ogrinha. Incrível como ela é boa de garfo - ou melhor:colheradas de colheres de silicone -, legumes, frutas, etc. Ontem mudamos de leite: do NAN2 para o Ninho +1 com mucilon. Aceitou muito bem. Falta só aprender a tomar chá, no mais, a alimentação vai impecável. Sem porcarias industrializadas - só um danoninho vezqueoutra, sem muito açúcar, etc. Vai muito bem, gracias, la uruguaya!


Vida de dona de casa, lava roupa, passa roupa. As da Valen tudo bem, o problema é: lavar as minhas meias. Coisinha mais detestável. Deixei elas quase um mês de molho, protelando, mazzaí elas começaram a escassear na gaveta. Lembrei da minha mãe dizendo: "quero ver o que vai fazer quando não tiver ninguém pra lavar tuas meias!" É, não teve jeito. Pior ainda que é inverno, a água é fria. Brrr... Mas lá vamos nós, água fervida, qui-boa, e esfrega-esfrega. C'est la vie. Sempre reclamei das coisas que a minha mãe me obrigava a fazer, como cozinhar, limpar. Sou obrigada a dizer que, embora detestando fazer tudo isso, sou grata por saber como fazer. Além de não trabalhar pela manhã nunca mais na vida, outra meta é ter uma diarista, maybe someday, haha. Limpar só é bom em diazão de sol, quando a gente cria uma disposição fenomenal, coloca um samba rock bem alto e sai de pano, balde e flanelinha a cantar. Ultramen e Marcelo D2 é minha trilha sonora de faxina.


Yesterday John discovered the kitchen. Baita janta. Excellent!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Entre mamãe e papai, a euforia de Valentina

Ontem a Valentina passou o dia todo com o pai dela, lá em casa. Ficou tão eufórica que não conseguia/queria dormir. Só lá pela meia-noite entregou-se ao sono - mas a que se dizer que lutou bravamente contra ele. Antes disso, fez uma tamanha folia na cama com a gente que nunca tinha visto coisa igual. Foi um momento mágico - ela estava toda carinhosa, manhosa, mimosa. Se revirava para todos os lados, deitava no meu peito, puxava as mãos do pai. Ria sozinha. Falava sozinha. Chutes em todos os ângulos possíveis. Deu beijos babados, não tirava a mão da minha boca, nariz, olhos. Passamos mais de hora assim. É engraçado, porque mesmo que a gente não tenha mais nada haver, a Valentina é um pedacinho de cada um - é um vínculo eterno. E ela sente isso. Foi um pouco triste também, por perceber quanta falta ela sente. Agora ela já entende mais as coisas - aliás, ela tem uma perspicácia fantástica. Nos resta aprender a levar cada vez melhor esse convívio, e a compartilhar juntos os bons momentos da nossa mocinha. Mas isso o tempo deve resolver - porque "tempo é mercúrio cromo", e cura quase tudo nessa vida.

Vamos Vamos Argentina!






Copa do Mundo outra vez. Emoção outra vez. Euforofelicidade outra vez. Tévez & Messi outra vez. Maradonna, siempre. Argentina 4 x 1 Coréia. Casaquinho novo e tudo, pra comemorar! (mais 3 x no banricompras) Vamos vamos hermanos - essa seleção é a única coisa que ainda me tira da letargia ideológica! Uma falha no existencialismo de Amanda B.- a Valentina também. As duas coisas que me fazem sentir a vida de verdade.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Os primeiros passos e o primeiro corte.

Foi assim. Segunda-feira, 14-June, de noitezinha. Tinha visita em casa, clima bom - embora eu estivesse um pouco tonta&enjoada, e minha cicatriz doesse desde cedo, Valentina assistindo faceirinha o DVD do Palavra Cantada, coisa e tal. Naquele tal de caminha pra um, caminha pra outro, segurando pelas mãozinhas, ela finalmente se soltou. Já tinha dado antes, alguns 3, 4 passinhos. Mas nesse dia, atravessou quase a sala inteira na minha direção! E ainda ficou em pé sozinha, dançando e batendo palmas. É um emoção sem fim, dá uma coisa no estômago, uma vontade de apertar, apertar, apertar. Vontade de chorar também. Um monte de sentimentos juntos. Orgulho, felicidade, excitação, surpresa. E a Valentina-Robozinha, braços estendidos para a frente, se equilibrando - feito o bêbado e o equilibrista - pelo parquê e dando risada. As I used to say: It's all about love. O maior AMOR do mundo! Mazzaí. Foi assim. Segunda-feira, 14-June, de noitezinha. Tinha visita em casa, clima bom - embora eu estivesse um pouco tonta&enjoada, e minha cicatriz doesse desde cedo, Valentina assistindo faceirinha o DVD do Palavra Cantada, coisa e tal. Depois daquela empolgação toda, primeiros passos sozinha, bem linda, firmezinha, robozinha, a queda. Inevitabilidades da vida. Queria eu poder proteger a Valentina de tudo&qualquer coisa de ruim e/ou perigosa que pudesse acontecer com ela. Mas não dá, não sempre. A maternidade que fortalece também enfraquece - ficamos, junto com a Pessoa Mais Importante Do Nosso Mundo, a mercê dos Acasos-Destinos. Caiu, a mãozinha resbalou quando ia se segurando do rack para a o bumbo da bateria - que obviamente não deveria estar ali na sala -, bateu a testa e cortou. Fez um furinho, em verdade. Sangrou, sangrou, sangrou. Eu nem tinha visto ainda a carinha dela, e já sabia. Que só podia ter cortado, que só podia estar sangrando. Sabe aquele segundo suspenso? Quando o tempo pára e a gente pensa "não, não pode ter acontecido". Mas aconteceu. Irreversível. A Hora Exata. Eu odeio esse momento. Me deixa sem reação, me deixa torpe, a impossibilidade de mudar a fatalidade. E daí foi uma correria louca. Um para m lado, outro pro outro, colocar tênis, pegar jaqueta, achar a carteira do convênio médico, dinheiro, tem que parar de sangrar, etc. Até a vizinha apareceu, agilizada - mãe de uma guriazinha, e grávida do próximo -, pegando um pano, gelo, etc. Fomos até o hospital, fizemos raio-x, exames, etc. Tudo certo. Mais foi um susto terrível. Uma tensão. Tadinha da Vale. Chorou que nem sei. Fez beicinho, uma mágoa só. Dormiu bem a noite, passado o entrevero, do meu ladinho. Eu dava umas cutucadinhas nela volta e meia, pra ver se estava bem. Na terça-feira acordou as 10hs passadas. Falando e batendo palminhas. Só o curativo na testa acusava o acidente do dia anterior. E as pessoas dizem: é o primeiro de muitos. Mas eu não quero, não. Ver sangue correndo na minha Pequenininha foi muito ruim. E depois de tudo, a minha cicatriz parou de doer.


Ontem o dia foi mais tranqüilo. Pela tarde a Valentina ficou com a vovó, nada de creche até ver se estava bem mesmo, pós-queda. Depois teve visita ilustríssima do pai da dinda, que trouxe umas pantufinhas lindonas. Depois teve compras no Bourbon - economizar é comprar e a minha conta bancária sofreu uma queda vertiginosa...haha. C'est la vie-fazer-o-quê. Também teve compras na farmácia - depois da queda da Valen, percebi que não tinha um esparadrapo em casa. Kit curativo pra eventualidades, tem que ter. E tem que ver as redes para a sacada e janela dos quartos também. Infelizmente coisas ruins tem que acontecer pra gente pensar em se prevenir. E no mais, isso deve ter haver com os 5 ou 6 urubus que pousaram na minha sorte.


Entre quedas, cortes, compras e espirros - sim, está resfriada também - , o que fica é a euforia: A VALENTINA JÁ É UMA MOCINHA QUE CAMINHA SOZINHA.

Valentina rocks. Ouié.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

1º Aninho

I Like my Toys

Inverno

Frio, mãos geladas, boca roxa. Winter is coming on.

Planos futuros: capuccino, chocolate quente com gemada, wine, pinhão, chimarrão, fondue, pasteizinhos, conhaque, muito café com leite, chocolate. O inverno é uma orgia alimentar. E ainda: esquentar um pouco mais o leite da mamadeira da Valentina. Ela vai ter que aprender a curtir uns chazinhos. Anis. Endro. Erva Doce. Delícia.


Eu queria muito uma lareira em casa. Seria possível fazer um buraquinho na parede do apê pra instalar a chaminé. Dava pra fazer uma coisa assim tipo criativo-arquitetônico-cubista. Linhas. A mi me gustan.


O inverno sempre foi minha estação do ano favorita. O frio nos pés, as meias, as xícaras quentes nas mãos geladas, a fumacinha subindo do café em dias de sol, casacos bonitos, blue sky, cobertores. Mas agora, com a maternidade, o inverno assumiu um quê de periculosidade. É tão difícil manter a Valentina aquecida. Camada sobre camada de roupa. Ela fica como uma bonequinha que mal consegue mover os bracinhos. Estufa pro banho, estufa pra dormir, água quente pra limpar o bumbum. E a noite, os pezinhos inquietos fazem voar as cobertas para todos os lados. Falando em cobertas, minha madrinha fez uma coberta linda&colorida de lã para a Pequena. Mas então. Daqui a pouco ela já pára mais quieta e se esconde comigo embaixo do edredom pra ficar lendo historinhas e assistindo desenho animado. E, anyway, é muito melhor sair nessas tardes ensolaradas pra brincar na pracinha.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Valentina in Wonderland

O Aniversário da Valentina

Dentre tantas&tantas - põe tantas - coisas, sentimentos e sensações - boas e ruins - que ficaram supensas no ar desses dias de silêncio, uma que ocorreu foi: O Aniversário da Valentina. E não um aniversário qualquer: o primeiro. É a primeira vez que a Valentina fez "um" Ano. Coisa louca. Tudo que ela já aprendeu, desde que foi saída da minha barriga, no sagrado dia 04/06/2009. Lembro que eu pensava muito sobre o choque de realidade que é nascer. Nascer de fato, aquele momento exato, no qual, de repente, se encontra o Ser -recém saído do útero quente e aconchegante -, momento em que cai no mundo das sensações&estímulos intrínsecos a organicidade - aquilo que logo é regido, domado e interpretados pelos cinco sentidos: luz/escuridão, calor/frio, barulho, toques, cheiros. É violência primeira. A confusão e desconhecimento absolutos. E então, um ano depois, como é possível uma harmonia e compreensão tão grandes sobre o mundo e a realidade. "Grandes" comparadas ao momento primordial. Abra los ojos. Tudo novo, outra vez. E a partir daí, as construções. Eu lembro também no medo que eu sentia, aproximadamente um ano atrás. De tudo. E, de fato, é um dia na vida em que Tudo Muda. Muda pra melhor, é óbvio, apesar das dificuldades. Assim como foi um ano Novo pra ela, também foi pra mim. E sempre tem tanto o que aprender. Acho que vai ter sempre. "Aprender" - a perigosa palavra de dois sentidos - pois quê. Tem coisas que as pessoas dizem que eu DEVO aprender, mas que eu NÃO QUERO. Às vezes aprender toma um sentido de 'conformidade'. Que fique claro, que não é nesse sentido que falo aqui. Então. A sexta, dia 04, foi um dia bem bacana. A quinta, dia 03 também. Foram dias de preparativos para a festinha. Enrolar docinhos, sujeira na cozinha, cumadres a trovar, confeitos coloridos na toalha de mesa, casa de cabeça para baixo, a Vale a engatinhar de bunda pelo chão, murais de fotos, recortes de E.V.A., cola quente, cola bastão, colas de relevo colorido, e bababa e etc. I enjoy it. Very very much. Depois, veio o sábado. Um monte de tudo, de gente, comida, presentes, papel crepom, fotos, balões, pratinhos, refrigerantes, chapeuzinhos, copinhos, docinhos, salgadinhos, etc&enfim - quase tudo em azul&rosa e Branca de Neve. Correu tudo bem com a festa em si. É um canseira danada. Ainda mais pra mim, que não sirvo muito pro papel de anfitriã de eventos sociais. Mas me sai bem, acho. Me esforcei ao menos. Corri para um lado e outro - literalmente, pois que como os salões de festa do condomínio são pequenos e acabei usando os dois: um na frente do outro porém divididos por um canteiro de grama sobre o qual não dava pra ficar passando com o meu scarpanzinho... éééé, nem usei All Star - Aliás, a Vale ganhou um All Star roxo bem lindo - entre um monte de outras brinquedos e roupas legais e bacanas. Por exemplo, bonecos do Backyardigans. Por exemplo, o dvd do Palavra Cantada. Por exemplo, instrumentos musicais de criança. Por exemplo, umas meias coloridas e fofas. E quanto as re-ações da Srta. Valentina. Foi uma mocinha muito bem comportada. Querida, bem humorada - pouquíssimos resmungos ao longo do dia -, simpática. Curtiu bastante, foi no colo de quase todo mundo, posou pra um zilhão de fotos, e na hora do Parabéns.... Óóóóóhhhh... Bateu palminhas junto e ainda deu tchauzinho pra todos, como quem dizia "Valeu pessoal!" Acabou com os dedinhos rolando pelas bordas do bolo, e a boca toda suja de chantily. MAS É A COISA MAIS MARAVILHOSA DO MUNDO, A MINHA FILHA! Não dá pra aguentar. Esmagar, esmagar, esmagar, a Valentina. O aniversário foi muito bom, mas é cansativo e dá trabalho. Ainda bem que é só uma vez por ano. O melhor de tudo são os desaniversários - os chapeleiros loucos, os coelhos brancos e as lebres malucas que surgem nos outros dias todos. Por fim e finalmente. Muchas Gracias a todos que ajudaram e contribuíram, de diversas maneiras, para a organização e realização da festa da Vale. Love ya.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Do que nos dizem os astros virtuais.

Tarde ensolarada de terça-feira. Perdida entre horóscopos e tarôs virtuais, cafés meio-frios, saudades da Valentina - porque hoje o trabalho foi de dois turnos. Amanhã será pela manhã. Quinta-feira, dois turnos outra vez. E no final de semana, o evento "Hair Beauty", na FIERGS. Lá se vão meus cabelos rumo aos cortes e tesouras incertas. Cha-cha-cha-cha-changes... Parece que elas não páram. E dessa vez, os cabelos não se vão por crises&revoluções pessoais/interiores. Eu gosto muito como eles estão agora. A menina que os corta se chama Lucy - o que me lembra sempre a in the sky e também a Van Pelt. Anyway,dá pra resistir ao risco da criatividade artístico-escultural de Fernando Alves sobre os cabelos? No mais, eles sempre crescem os mesmos novamente, e nós os tornamos outros em cores e repiques. O problema todo será o tempo a ser disponibilizado para isso. Três dias, e eu vou entrar em 'cold turkey' de Valentina. Acho que eu tenho que aprender, um pouco, o mínimo do desapego como mãe. É tão tão difícil. Sempre que não estou trabalhando, faço questão de estar grudadinha na Pequena. Porque... é tão tão bom. Enfim. Na semana que vem tem feriadão de Corps Christ, e aliás, sexta-feira que vem a Valentina fará UM ANINHO! Sábado será festinha. Mais uma das coisas enlouquecedoras-de-mães-não-acostumadas-a-cosinhas-desse-tipo. Ainda bem que tem todo um "suporte técnico" por trás - de família, amigos e parentes -, pra ajudar. Ok, ok. Esses próximos dias serão um leve resbalar da rotina. Eu estou criando neuroses a la Sheldon - The Big Bang Theory, sabe?, quanto a organização, limpezas e blablabla. (só falta sair a etiquetar tudo pela casa). Devo sobreviver - um dia já fui Caos. Estava tudo previsto nos astros. Disse o horóscopo semanal do Personare, o sol tá em uma casa, a lua em outra, cada planeta num lugarzinho-específico do meu mapa astral, o que levará a: acontecimentos inesperados & surpresas no dia-a-dia. Astrologia Rocks! Ouié.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Weekend - Baby things and Rocks.

Ontem foi um bom Domingo. Fez sol, um pouco de calor, e as roupas secaram no varal. No fim do dia faltou luz - ainda bem que a Valentina já dormia. O dia apagou-se lento e calmo ao som do Animals, levando consigo os ecos do final de semana.

Outra coisa: o Animals também é cíclico&continuo. Sempre nos faz parar em algum lugar. Uns desertos, uns oceanos, uns topos de montanhas verdes, uns céus gigantescos. Whatever. Todos páram juntos.

Lembrar de comprar velas coloridas para combaterem a escuridão.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Who Loves the Sun

O Retorno de Saturno

Para ilustrar o que foi dito&sentido&exteriorizado, de um site qualquer de astrologia.



Entre os 28 e 30 anos de idade, ocorre o primeiro retorno de Saturno, ou seja, o planeta em trânsito se posicionará no mesmo local em que ele estava no momento de nascimento da pessoa e iniciará uma nova volta em torno do zodíaco.


Novamente, como em todo trânsito de Saturno, ocorre um doloroso rito de passagem, envolvendo responsabilidades, desta vez maiores do que nunca. A partir deste período, muitas coisas que antes eram parte de uma gama de opções se tornam definitivas. É o momento de determinar o que vai dar impulso aos próximos 28 anos e tudo o que é decidido tem sua repercussão e conseqüência.


Este período representa também o fechamento sobre todo o passado de dependência familiar, uma liberação final de tudo que ligava às servidões da infância e da adolescência, uma aquisição definitiva de autonomia. É o ponto final do caminho de relaxamento de responsabilidades dos pais sobre os filhos.


E por aí vai. O Retorno de Saturno. As Outras Estações.

Home, home again

Alguém disse que tudo tinha começado com os Olhos Verdes do Bob Dylan. Não sei dizer se foi exatamente esse o momento. Houve anterioridades. Uns Velvets, um sábado ensolarado, umas fotos luminosas de roupas vermelhas e sapatinhos brancos - pelos caminho de pedra a la Mágico de Oz -, uns pastéis, uns sorrisos. Depois, continuidades. Umas nóias, suposta "Somewhere over the rainbow" - ou Nosferatu? -, almoço em família, Sarah Herbstrith, Nintendo Wi, tchai com leite, pão de queijo, White Stripes. Entre tudoisso e outrascoisasmais, foi um Longo & Divertido final de semana. Mais que divertido, em verdade. Uma coisa Completa, uma Confortabilidade - That's what Happiness is all about. Pa pa pa pa, Who loves the sun. Home - não tem outra palavra pra definir o sentimento. It was like to be at "Home".



Cada vez tenho mais certeza: eu sou Mãe da Menininha Mais Linda do Mundo. E querida, e esperta, e pensativa, e ativa-arteira, e enfim. A Valentina já está no 7º dentinho - embaixo, dessa vez. No sábado, "...um dia Perfeito, com as crianças / São as pequenas coisas, que valem mais / É tão bom estarmos juntos / E tão simples", fotos na pracinha e no gramado. Parecia a Alice que riu das flores que a convidavam pra voar. O vermelho e o verde. A luz do sol. Não queria sair do balanço, as always. Subiu na casinha, desceu pelo escorregador, colocou as mãos na terra. Descobrindo as nuances do mundo. Descobrindo as sensações. A Valentina está se construíndo. A gente ajuda daqui, segura dali - mas ela tem personalidade forte, já: A Valentina É. Esse processo é tão lindo&sagrado. Imenso. Aliás. Tem uma Imensidão correndo no ar desses Ventos Outonais, que não cabe em mim. Deve ser o retorno de Saturno chegando adiantado. Nesses momentos, surge no âmago - como coisa óbvia - uma segurança-certeza e uma paciência que não pertencem ao meu Áries solar. Outra vez, a ciclicidade me dói e me sangra. E é lindo. Como uma Passagem - um sabor, uma trilha sonora, uma imagem p&b, um cigarro queimando no silêncio - tudo cabe num segundo. E tudo é previsto e avisado pelos Ventos. Home, home again. Exatamente isso: "I like to be there when I can / When I come in cold and tired / It's good to warm my bones beside the fire / Far away across the field / The tolling of the iron bell / Calls the faithful to their knees / To hear the softly spoken magic spells" . Parecem palavras mágicas proferidas por lábios mudos no Espaço-Infinito. Uma Oração que paira no ar. Lembrei! "Porque o mundo cabe em um simples detalhe".

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Hey Babe, Take a Walk on the Wild Side

O primeiro ônibus da Valentina - foi o Linha 4

Eis quê. Hoje, aos 11 meses e 9 dias, a Valentina andou de ônibus pela primeira vez. Muito burguesinha essa minha filhinha. Antes disso, só uma lotação-Guarujá, para passear no Barra Shopping - foi nesse dia que ela descobriu "O Rato" do "Palavra Cantada", na televisão da Fnac. Eu fico feliz com esse privilégio, que poucos tem hoje em dia - caronas de carro, para lá e cá, médicos, etc. Facilita a vida. Quantas vezes vejo mães com bebezinhos nas paradas de ônibus, em dias de chuva, frio, calores insuportáveis - e agradeço por não ter precisado passar por isso. Se bem quê. Tem aquelas pessoas sem noção - que acham que o seu prazer de sair e passear se extende, em toda e qualquer situação, aos filhos-bebês. Sem noção - que "gente grande" é "gente grande", "bebês" são "bebês", e cada qual nas suas realidades, curtindo suas viagens. Eu acho que bebê não tem que andar pra lá e pra cá ao bel prazer dos papais e mamães. Tem haver um pouco com aquela coisa de abrir mão do egoísmo. Uma pracinha, solzinho, uma volta na quadra, já está de ótimo tamanho, já tem novidades e diversão suficientes pros pequenos. Levo a Vale para a creche no colo por duas quadras - aliás, cada vez ela pesa mais rsrs -, e todo dia ela olha TUDO no caminho, como se nunca tivesse passado por ali antes. No mais, algumas raras visitas familiares/amigáveis sociais, um Parque, um shops, ou um supermercado. Quando ela começar a caminhar sozinha - ainda segura nas minhas mãos- daí sim, vai querer trilhar estradas cidade a fora. Enfim. A Pequena acordou, foi direto para o banho, e depois, Dra. Cleci. Último dia de antibiótico às 08:00 da manhã - mamãe agradece! Outra otite curada. Que não venha mais nenhuma&maisnada de doencinhas e bababás, pelos próximos meses ao menos. Agora sim, tem que tomar a tal vacina contra o 'H1N1'. Outra crise de valores. Como posso não vacinar? Mas deveria? E as teorias conspiratórias? E se não vacino e ela fica doente? Não tem jeito, tem que assumir algum dos riscos. Com a maternidade, não tomo apenas decisões por mim - o que em tantas situações já não é fácil - mas por Outro Ser também. Ao menos até os 50 anos completos da Valentina. haha. Então, então. No más. Jogo de Grêmio, mazzá! Vitória de Imortal tem que ser de virada, e é muito melhor. E no más. John is breaking Glasses. E no más. Passando base nas unhas na parada de ônibus, pois é o único tempo livre que nos resta, e das mãos emana um perfume enjoado de Veja Multiuso - aquele, roxinho. E no más. Iniciando a re-leitura da lei 8.112. E no más. Dois dvd's novos dos amigos tuyos Backyardigans - porque a repetição continua dos episódios do Tarzan, da festa do chá e não-sei-mais-que estavam me levando a loucura. E no más. Vinho branco, e frio. E no más, repensando Velhas Histórias. Anyway, anyhow...

terça-feira, 11 de maio de 2010

And after all we're only ordinary men.

Um dia haverá flores antigas entre nós dois, como aquelas de azulejos franceses demodes. Entre nós dois, a atmosfera sólida&cinza de estruturas monumentais em choque duro&bruto, cresce e se engrandece, como ervas daninhas tomando o jardim. Quando falo de ti, corrompo até a linguagem, que se perde num pântano expressionista alegro-fúnebre - que se não é de todo estranha, tampouco posso dizer minha. Minha, do corpo e da alma, do Sangue e da Seiva - que nunca provaste ou conheceste, pois que vives no breu, entre a névoa torpe da madrugada e as buzinas agudas perdidas na noite&asfalto. Nada a que tu mires o olhar vazio fará sentido, ou será arte, ou morte, ou canto. A tua crua humanidade sopra um vento fino e frio no vácuo de becos escuros. Eu acendo um sol sobre a tua cabeça. Para que te toque, te queime, te corte, ilumine, abençoe, amém. O que precisas é salvação. Salvação do que perdes por um corte de morte, um tango de compassos duros, a cada segundo da tua existência longe das fases da lua, dos Mundos, dos passos do Espaço brilhante. Faça algo bom. Shine in the dark side and create something New. Hora de aprender a ser de dentro, e não de ser para fora. Hora do teu olho tremer de insegurança&espanto ao mirar o que não ousa aceitar. Teu avesso te controverte. Quanto a mim, eu me perco nos caminhos tortos e instáveis da tua estrada delicadamente concebida e construída com quê de Identidade. Como jogo de azar, tua Cara ou tua Coroa amanhecerá com a face a me olhar nesse dia?


Suddenly, nasceu um muro. Ele cresceu, ficou forte e alto, entre nossos corpos&olhares. A cada dia, eu via menos teus olhos do outro lado, e de repente, nem tua voz ouvia. O muro criou vegetação úmida - limo e trepadeiras. Os mundos separados conheciam apenas seus universos particulares, seus sorrisos e suas certezas. Mas como eu dizia, um dia haverá flores antigas entre nós dois - porque o tempo segue em badaladas cruas e infindáveis, as memórias se perdem como nuvens se esvaem no céu gelado, e eu sigo andando de braços cruzados sob as gotas de chuva fria.

With you, all the days become that yellow ones.

Dia das mães, Number One

Domingo que passou foi o primeiro dia das mães, meu e da Valentina. Nós passamos um dia bem gostoso juntinhas, no friozinho, encasacadas, brincando no parquê. É tão tão bom ser mãe. Não faz um ano, ainda, que ocupo essa nova categoria. Mas não poderia mais viver de outra maneira. Quando se tem um filho, se coloca o egoísmo a prova. É um processo que nos permite medir o quanto estamos dispostos a doar/compartilhar/ceder. O quanto somos capazes de amar, o quanto somos capazes de nos preocuparmos de fato com Outro-Ser-Humano. Eu descobri que a minha capacidade de amar se extende ao infinito, pois embora pareça impossível, cada dia, ao acordar e ver a Vale acordando ao meu lado, falando sozinha, batendo palminhas e se escondendo embaixo do edredom, eu a amo mais. E aperto, aperto, aperto, a Gordinha. A capacidade de preocupação também se extende ao infinito. Se alguma coisa ruim acontecer a ela um dia, a minha vida acaba. A minha existência está condicionada a dela. E como se pensa bobagens. Uma coisa interessante é que já fui muito chamada de egoísta vida a fora. Pois esse também foi posto a prova. Não se pode ser egoísta e ser pai ou mãe DE FATO, ao mesmo tempo. São categorias inversamente proporcionais. Eu penso ainda, como é uma relação complexa essa, de pais-filhos. Mutante e conflituosa. Penso na minha mãe, agora que sou mãe. Em tudo que ela passou e viveu comigo - num período que a minha memória racional não alcança - mas que sem dúvidas está marcada de algumoutra maneira em mim. E hoje, como é difícil. Amo muito, sim. Mas é difícil. Enfim. Sem falar quê. Tem uma questão muito mais profundo-filosófica nissotudo: É um Ser que sai de nosso próprio corpo. A Valentina saiu de mim, para o mundo. A gente herda um pouquinho, e constrói um montão. Deve ter um resquícios até da Lucy - nesse ciclo sem fim. Agora eu até gosto daquela música, que achava tão piegas outrora: "Eu não existo longe de você...". Eu conto as horas durante a tarde, pra sair do trabalho e pegar a Valentina na creche. A maternidade é sagrada. Como naquele começo&fim do Dark Side, Breathe, o coração que, de repente começa a bater, o Sopro de Vida Primordial... E para não terminar esse post sem lembrar que em meio a tantos sentimentos e sensações ainda somos sujeitos históricos, como bom exemplo de mãe solteira e independente contemporânea, o meu presente de Dia das Mães feito na creche, foi pago por me myself mesma. Mais um daqueles bilhetinhos na agenda. Ouié. Lembrei da música, aquela, "Leila", by Legião Urbana. "Mas você sabe o que é ter pavor pavor pavor de baratas voadoras..."

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Hoje é dia de Rocks

Five Years - ao som de David Bowie

[Hoje, Rocks]

"Havia nele um desespero contido, como uma nota se desmancha no ar, havia algo de impalpável - porém claramente sólido - e indefinível na estrutura cega do olhar."
"Porque dizia o que estava calado - dizia porque de alguma maneira era possível ouvi-lo."


"Ecoava como um grito surdo suspenso sobre o mar - no escuro languido onde se quebram as ondas - onde se quebra o espírito como vidro e cristal."


"Na delicadeza suave que representa a ponte - a la Monet, impressionista, fugidia e demi-colorida - te vejo como te és. Emana como fumaça perfumada no ar, uma compreensão súbita, viva, essencial. Tudo aquilo que não vivemos."


"Houve tantos dias, tantos sóis, tantas luas, tantos Pinks, tantos Bowies, tantas brigas, tantos beijos. Tantas cores&sabores. Que foram outros, mas foram nossos. E apesar do tempo, ainda somos os mesmos. Trocamos olhares cúmplices de lados opostos da ponte. Nós nos sabemos - como velhos sábios que vivem em topos de montanhas verdes. 'We know the world'."


"No fim, basta um sorriso de canto e um suspiro de lado, para prosseguir. Assim como os sons, os tons & os toques seguem seu caminho certo e determinado - um reflexo bobo da harmonia do universo -, nós também conhecemos nosso destino - desvendado&desdobrado desde os tempos em que garotos desbravavam ruas mortas. A Destinicidade nos cobre as faces que escondemos do mundo."


"Digo 'oi', digo 'tchau' - 'como vai?', 'até quando?' - Estamos aqui outra vez. Eu, eu te vejo do Outro Lado da Lua."


(Aos cinco anos que passaram)



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Eu ante-vejo, no brilho do vício - a vontade, o desejo. O escuro grosso e púrpura do céu, os brilhantes amarelos encravados feito punhal no veludo - ESTRELAIS!
Tenho a boca mole e os dentes dormente. A mente clara, a natureza sã, os pés gelados, o sangue quente. Tenho - por dentro & por fora - como cipestres e trepadeiras tomando Jasmins, um emaranhado de veias&artérias ramificadas&dispersas, difundindo no corpo que vive e é, o SangueSeiva. A vitalidade - que faz vibrar no fundo e distância morna- um coração.


(about me)


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A vida como filme mudo na tv. P&B, flashback. Câmeras lentas, slowmotion, violino ao fundo.


(about past, present, future - all at same time)


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Cinco anos atrás - aproximadamente - escrevi sem querer o canto de morte.
Eis quem sabe agora, o canto de vida.

terça-feira, 4 de maio de 2010

It's all about love

The sun is the same, but.

...mas nós estamos mais velhos. A inevitável passagem do tempo. Pssagem, ou seria melhor dizer, corrida? Hoje a Valentina completa 11 meses. Ou seja quê. Quase um ano. Um ano! E parece que foi ontem, hospital em verde e rosa, morfina na veia, o primeiro chorinho, os cabelos bem escuros, a boca bem vermelha e os olhos bem atentos. Ela já nasceu séria, assim como ainda é. Ares de filósofa e blasé. Parecia que entendia tudo que estava acontecendo, embora recém tivesse chegado. Os dentes já são 6. As otites, 3. Muitos sorrisos, muitos choros. Quase caminhando. É um tempo paradoxal, parece tanto, parece tão pouco. É como se a Valentina estivesse presente desde sempre na minha vida. É quase indefinível o passado antes dela. Não que eu tenha perdido a identidade, não. Aliás, eu ando nesse processo de 'reencarnação em mim', pós-turbulências-iniciais. Como já foi dito: trocando fraldas ao som do Dark Side. Essa NovaOutra fase. Agora, depois da Páscoa - no meu Tempo-Cíclico, algo importante sempre se dá após a tal Ressureição. Escatológico. Então. Agora, depois da Páscoa, ficou tudo assim assim, um Azul, um Amarelo. Tudo se encaminhando na Sincronia - de uma maneira que não se pode chamar outra coisa que: correta. Em meio a mil bilhetes na agenda da creche, antibióticos às 8 da manhã, Backyardigans & Palavra Cantada, Santa Maria a la noche, Beatles na parede, jantinhas de legumes, cera no chão, e quase não consigo mais lavar os meus cabelos. E vem aí: estudar para o TRE. Sim, nova diversão das próximas noites, até que julho chegue. Esses dias eu acordei com os cabelos revirados, ainda junkie, someway. O café da manhã foi cerveja e Barão - aquele primeiro from 80'. E Valentina a bater palminhas se arrastando pelo chão. Amo.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Do complicamento das coisas da vida

Parece que chega um momento da vida no qual as coisas nunca mais serão simples e descomplicadas. Tudo fica meio parecido com roteiro de novela das oito, com certas pitadas de novela mexicana e, se duvidar, colheradas de Almodóvar. Não é que os fatos e situações me choquem, não. Já passei dessa fase. haha. É só quê. Eu tava assim, querendo entrar numa fase meio Aquarius, no stress, por aí vai. Descomplicação, só na adolescência - e ainda achamos que estamos mergulhados em zilhões de problemas e incompreensão. A adultícidade traz consigo o embrutecimento. Ou deveria trazer. Me faltam algumas virtudes que não cabem ao meu signo solar: a paciência, cautela, desconfiança. Embora eu entenda mais as coisas, eu não costumo por em prática a teoria adquirida. Essa defasagem nunca se preenche afinal. Teoria x prática. Desde que o mundo é mundo. Desde que o mundo é mudo? Não, nós que adquirimos a incrível capacidade de não-ouvir. Mas no final de tudo isso, eu queria mesmo era saber quem foi que disse que o sábado é dia de descanso?!?! Essa pessoa certamente não conheceu a jornada de trabalho semanal, a maternidade e o serviço doméstico. Agora eu digo, como mamãe já dizia, e antes dela, vovó, e assim sucessivamente: "como vai secar a roupa se não pára de chover?". Aliás. Eu consigo fazer cada vez mais coisas, num espaço cada vez menor de tempo, e com uma guriazinha se arrastando de bumbum entre as minhas pernas, os dedinhos me chamando e dizendo "mamamama". Começo a entender mais o modus vivendi da minha excelentíssima mãe. Quando eu me perguntava: como é que ela consegue? Só quê. No fundo, nem tão fundo assim de mim: resta um preguiça incomensurável e uma vontade de dormir por horas. Eu sou essencialista, já fui definida por aí. E o apreço ao Ócio, faz parte da minha essência - mesmo que no momento eu seja uma ociosa-não-praticante. Já que eu falei da minha mãe, e pra fechar circulamente esse post, voltando a questão inicial - do complicamento das coisas da vida - [parece subtítulo de livro do Rousseau, ou Hobbes], minha mãe sempre dizia que eu encarava tudo como preto ou branco, mas que eu tinha que aprender que entre o preto e o branco, havia uma infinidade de matizes. Eu só não imaginava que pudesse ser tudo tão "colorido" assim. Um nível gigantesco de possíbilidades e pixels. Absurdo com as "n upla" dimensões e o terrabit. Well, well, as I used to say: anyway, anyhow...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Valentina Headbanger

Hora da janta, ontem a noite. Comidinha com arroz, feijão - que a vovó manda -, chuchu, batata e vagem, e nos altos falantes, Iron Maiden (porque começa a ficar frio, então já dá pra ouvir esse tipo de coisa, etc). Mas o que eu descobri durante a janta é quê. A Valentina é Headbanger. Balançou, balançou a cabeça, e saltava na cadeirinha de refeição. E-n-l-o-u-q-u-e-c-i-d-a. No final, acabou até com uns gritos, de "yeahh". E era aquele Iron do Paul Dianno. Com isso eu me pergunto: serão os trejeitos do Metal intrínsecos ao que desperta o próprio som? Só faltou ela erguer a mãozinha, mas aí já seria de mais, aos 10 meses e 1/2. E hoje, sexta-feira, que não é Santa, mas é chuvosa e fria, teve vacina contra a gripe "A". E dessa vez não doeu coisa nenhuma. Será poruqe me preparei ao som do excelentíssimo Sir Lou Reed, ou será porque agora que eu sou mãe não me cabem mais esses medos? Semana que vem é a vez da Srta. Vale - se não surgirem mais impecilhos orgânicos, e eu espero que não.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Re-Invenção do Ser - Brain Damage

A Epifania foi o primeiro passo, o clic de luz, que abriu um túnel, ainda um tanto obscuro, a frente. Ou será...que eu sai do túnel, e encontrei uma encruzilhada de terra clara - entre árvores, gramados verdes-verdes e girassóis? Sim, assim é melhor. Eu abri os Olhos - Abra los ojos - e percebi que, de repente, o mundo era outro, a vida era outra, eu já não era mais a mesma. Tudo parecendo brilhantemente novo e desconhecido. Tudo pronto para ser re-conhecido? Sim. As pessoas, as sensações, os atos, os lugares. "Fortes Impressões de Vida". Os dias ainda são frescos feito frutas coloridas e molhadas. Os dias ainda trazem surpresas - boas surpresas - nas entrelinhas. A existência é tão boa, dos amigos, dos toques, do vinho branco, das músicas cheias de amarelicidade mineira, do tabuleiro de War, da Valentina a rebolar, dos edredons em dias quase-frios, dos cigarros em fim de noite, da santamaria, do café. E tudo mais que nos faz felizes&completos. E era feriado também. Os feriados preguiçosos e languidos como os domingos que nunca terminam. Houveram conversas - ainda não acabadas - que deveriam ter acontecido anos-luz atrás - quando eu ainda nem Vegetable Girl era. Teve um outro cd da Palavra Cantada para a euforofelicidade de Valentina. Teve almoço comunitário - frango com molho branco e pimentão. Eu tenho a sensação de não caber mais em mim. Eu ando rindo sozinha pelos cantos. Uma loucura-sóbria qualquer de Outonos Astrais. De um lado lado "the lunatic is my head", de outro, comprei livrinhos de presente, porque tem coleguinha de creche da Vale fazendo aniversário hoje. Fiz pacote bonito e tudo. Se chama Sirius, o menino. Deve vir de: Sirius Black, o padrinho interessante do Harry Potter. E hoje, eu peguei a chuva no meio do caminho - ou: ela me pegou. Só que. Agora sou mamãe, e agora eu tenho um guarda-chuva.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Epifania

Eis que alguma coisa aconteceu. "Alguma coisa", sempre acontece, todos os dias, seja lá o que for. Triviais banalidades, corriqueirices em geral. Fraldas, roupas sujas, documentos de word, listagem de alunos, leite na padaria, ônibus demorados, mamadeiras, cerveja preta de fim de dia. Mas, ontem, aconteceu "alguma coisa" especial. Eu não sei bem definir o que é. Foi logo de manhã, já sentia aquela agonia, angústia do inesperado, frio na barriga. Liguei pra creche da Vale, liguei pro meu pai que passou o domingo gripado reclamando da vida, liguei pra mãe. Todos ok. Tudo certo sobre a Terra. Mas a angústia continuava ali. Subindo pelo peito, as mãos tremendo. Passei a tarde trabalhando, uns documentos pra redigir, internet, lanche bancado peo Estado, coisa e tal. Fim de tarde, pediatra, para verificar a ação do antibiótico - era otite dessa vez. Ouvidinhos novos e sarados. Valentina se recuperando de mais uma. Só ficou aquela congestão no nariz e garganta. A tal alergia. Hm. Ok, continua o antialérgico, 12/12hs. Depois, farmácia, 50 reals. Éééé, a vida não é mais como antigamente. Antigamente, se fosse eu mesma, morria da amidalite que fosse, mas não gastava meus miréis com remédios e exames e bababa. Enfim, casinha. Lá de baixo percebi a luz acessa. Gente em casa. GENTE EM CASA é tão bom - nem sempre, mas em geral. Eu gosto. E lá estavam, pessoas que eu gosto tanto. Pessoas que vem, que vão. Sempre ali, embora muitas vezes estejam em Outro Lugar. Era o Tempo Cíclico, que me doia desde cedo. As Verdades - Mentiras, o Olho Oriental. Sempre sei. Sempre sei. Às vezes parece que tem algo óbvio sendo dito, e eu não consigo ouvir. Não é bem "ouvir", é entender. A LINGUAGEM DOS VENTOS CARDIAIS. Winds of change. Na minha vida, as coisas & as pessoas tem raízes. Deve ser porque, antes de eu ter me tornado mulher, eu era uma garota-vegetal. "Antes de eu ter me tornado mulher." Uma das coisas que acontecem, e a gente nem percebe. Acho que já estou nessa outra categoria. A little bit scary. Então. "Alguma coisa" - a especial - vem a me-nos tocar, e dizer: é preciso voltar a pensar sobre algumas coisas. Tipo, quem somos, para onde vamos, e porque. Por quê? Afinal, os Seres ainda são Humanos. As mães também curtem o rock´n´roll. As mães também trocam fraldas ao som do Dark Side of the Moon. A trip é outra, mas é tão lisérgica e surreal quando Outros Velhos Tempos. Basta, sentir, basta deixar ser. Enjoy it. Eu me escondi na praticidade. Está na hora de voltar ao blog, ao invés de deixar frases vazias no twitter. Está na hora de re-definir Amanda B. O que ela gosta, ou não. Amanda B. gosta muito de ser mãe da Valentina. Amanda B. gosta muito de ainda ser Amanda B. - ainda que só seja possível após o sono da Pequena, vezqueoutra. E por aqui, a partir de agora, vou desenhando, em palavras&tons&cores, textinhos que dizem seja-lá-o-que-for, como sempre-foi. Volta a ser. Sabe por que eu gosto tanto do Dark Side? Porque ele também é cíclico. Ele reflete a Verdade das Verdades, Aquela. Eis quê. Let's keep walking. Agora, eu e Valentina.