A chuva também tem um aspecto semelhante ao do vento, faz brotar em mim a verdade do mundo orgânico: mesmo se não houve nesse planeta homo sapiens sapiens, culturas e civilizações - essa chuva estaria a cair da mesma maneira. No fundo, o mundo segue sendo um grande deserto, povoado por fantasmas. Pois quê. A morte é fim iminente.
Às vezes eu acredito mesmo que o mundo só existe na medida em que nós acreditamos na materialidade do que é externo.
Sensações com uma mesma raíz, e profundamente diferente: o vento me grita a vida; a chuva me faz doer a morte (ao menos essa chuva que é constante e com tendências infinitas).
Chuva infinita, mórbida como um relógio quebrado, que não conta mais o tempo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário